Muitas são as aflições dos justos,mas o Senhor o livra de todas.Bem aventurados os puros de coração,porque eles verão a Deus.obrigada pela sua amizade,Deus te abençõe sempre.
Edição Centenária 1908- 2008
ORTODOXIA
G. K. Chesterton
Traduzido por Almiro Pisetta
Editora Mundo Cristão
São Paulo
Copyright © 2007 por Editora Mundo Cristão
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Chesterton, G. K., 1874-1936
Ortodoxia / Gilbert K. Chesterton ; traduzido por Almiro Pisetta. — São Paulo: Mundo Cristão, 2008.
Título original: Orthodoxy
ISBN 978-85-7325-505-8
Índice para catálogo sistemático:
1. Apologética: Doutrina cristã
2. Escritos polêmicos: Doutrina cristã
Categoria: Espiritualidade/Inspiração
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1ª edição: janeiro de 2008
[1] Disse-lhe eu então: "Quer saber onde ficam os homens que acreditam em si mesmos? Eu sei. Sei de homens que acreditam em si mesmos com uma confiança mais colossal do que a de Napoleão ou César. Sei onde arde a estrela fixa da certeza e do sucesso. Posso conduzi-lo aos tronos dos super-homens. Os homens que realmente acreditam em si mesmos estão todos em asilos de lunáticos". Ele disse calmamente que, no fim das contas, havia um bom número de homens que acreditavam em si mesmos e que não eram lunáticos internados em asilos. "Sim, certamente", retruquei, "e você mais do que ninguém deve conhecê-los. Aquele poeta bêbado de quem você não quis aceitar uma lamentável tragédia, ele acreditava em si mesmo. Aquele velho ministro com um poema épico de quem você se escondia num quarto dos fundos, ele acreditava em si mesmo. Se você consultasse sua experiência profissional em vez de sua horrível filosofia individualista, saberia que acreditar em si mesmo é uma das marcas mais comuns de um patife. Atores que não sabem representar acreditam em si mesmos; e os devedores que não vão pagar. Seria muito mais verdadeiro dizer que um homem certamente fracassará por acreditar em si mesmo. Total autoconfiança não é simplesmente um pecado; total autoconfiança é uma fraqueza. Acreditar absolutamente em si mesmo é uma crença tão histérica e supersticiosa como acreditar em Joanna Southcote: [2] quem o faz traz o nome "Hanwell" escrito no rosto com a mesma clareza com que ele está escrito naquele ônibus."
A tudo isso meu amigo editor deu esta profunda e eficaz resposta: "Bem, se um homem não acredita em si mesmo, em que vai acreditar?" Depois de uma longa pausa eu respondi: "Vou para casa escrever um livro em resposta a essa pergunta". Este é o livro que escrevi para responder-lhe.
Mas acho que este livro bem pode começar onde começou a nossa discussão — na vizinhança de um manicômio. Os modernos mestres da ciência muito se impressionam com a necessidade de iniciar todas as investigações com um fato. Os antigos mestres da religião igualmente se impressionavam com essa necessidade. Começavam com o fato do pecado — fato tão prático como as batatas. Pudesse ou não o homem ser lavado em águas milagrosas, não pairaria nenhuma dúvida de que ele desejava lavar-se. Mas certos líderes religiosos de Londres, não somente os materialistas, começaram a negar nos dias de hoje não a altamente questionável água, mas sim a inquestionável sujeira.
Certos novos teólogos questionam o pecado original, que constitui a única parte da teologia cristã que pode realmente ser provada. Alguns seguidores do rev. R. J. Campbell, em sua espiritualidade quase exigente demais, admitem a ausência de pecado em Deus, que não podem ver nem em sonhos. Mas eles essencialmente negam o pecado humano, que eles podem ver na rua. Os santos mais poderosos, assim como os mais poderosos céticos, tomaram o mal positivo como ponto de partida de sua argumentação. Se for verdade (como certamente é) que o homem pode sentir uma felicidade extraordinária em esfolar um gato, então o filósofo religioso só pode fazer uma dentre duas deduções. Ou ele deve negar a existência de Deus, como fazem todos os ateus; ou deve negar a presente união entre Deus e o homem, como fazem todos os cristãos. Os novos teólogos parecem pensar que uma solução altamente racionalista é negar o gato.
Nessa notável situação agora é simplesmente impossível (alimentando alguma esperança de apelo universal) começar, como faziam nossos pais, pelo fato do pecado. Esse fato, que para eles (e para mim) está mais na cara do que nariz, é exatamente o que foi diluído ou negado de modo especial. Mas embora os modernos neguem a existência do pecado, eu acho que eles ainda não negaram a existência do asilo para lunáticos. Todos concordamos que há um colapso intelectual tão inconfundível como o desabamento de uma casa. Os homens negam o inferno, mas não, por enquanto, Hanwell. Para o objetivo do nosso argumento fundamental, este último pode muito bem estar onde aquele estava. Quero dizer que, assim como todos os nossos pensamentos e teorias eram outrora julgados por sua tendência a levar ou não o homem a perder sua alma, assim para o nosso objetivo presente, todos os pensamentos e teorias podem ser julgados por sua tendência a levar ou não o homem a perder a cabeça.
É verdade que alguns falam, de modo superficial e leviano, da insanidade como sendo em si mesma atraente. Mas um momento de reflexão mostrará que, se uma enfermidade é atraente, trata-se em regra da enfermidade dos outros. Um cego pode ser um quadro pitoresco; mas exige-se um par de olhos para ver o quadro. De modo semelhante até mesmo a poesia mais louca da insanidade só pode ser apreciada por quem é sensato. Para o insano a insanidade é totalmente prosaica, porque é totalmente verdadeira.
Um homem que imagina ser uma galinha é para si mesmo tão comum como uma galinha. Um homem que imagina ser um caco de vidro é para si mesmo tão sem graça como um caco de vidro. A homogeneidade de sua mente é o que o torna sem graça, e o que o torna louco. E somente pelo fato de percebermos a ironia de sua idéia que nós o achamos até engraçado; é somente pelo fato de ele não ver a ironia de sua idéia que ele é internado em Hanwell, não por outro motivo.
Em resumo, as esquisitices chocam apenas as pessoas comuns. E por isso que as pessoas comuns têm uma vida muito mais instigante; enquanto as pessoas esquisitas sempre estão se queixando da chatice da vida. E por isso também que os novos romances desaparecem tão rapidamente, ao passo que os velhos contos de fada duram para sempre. Os velhos contos de fada fazem do herói um ser humano normal; suas aventuras é que são surpreendentes. Elas o surpreendem porque ele é normal. Mas no romance psicológico moderno o herói é anormal; o centro não é central. Consequentemente, as mais loucas aventuras não conseguem afetá-lo de forma adequada, e o livro é monótono. Pode-se criar uma história a partir de um herói entre dragões, mas não a partir de um dragão entre dragões. O conto de fadas discute o que o homem sensato fará num mundo de loucura. O romance realista sóbrio de hoje discute o que um completo lunático fará num mundo sem graça.
Comecemos, então, com um manicômio. Dessa estalagem fantástica e perversa vamos partir para a nossa jornada intelectual. Ora, se devemos examinar rapidamente a filosofia da sanidade, a primeira coisa a fazer no caso é apagar um enorme erro comum. Por toda parte existe a noção de que a imaginação, especialmente a imaginação mística, é perigosa para o equilíbrio mental do homem. Geralmente se diz que os poetas não são confiáveis do ponto de vista psicológico, e geralmente faz-se uma vaga associação entre cingir a cabeça com uma coroa de louros e fazer loucuras. Os fatos e a história contradizem totalmente essa visão. A maioria dos poetas realmente grandes não só foi de gente sensata, mas também extremamente prática. Se Shakespeare um dia dominou cavalos, isso se deu por ser ele o homem mais indicado para fazê-lo.
A imaginação não gera a insanidade. O que gera a insanidade é exatamente a razão. Os poetas não enlouquecem; mas os jogadores de xadrez sim. Os matemáticos enlouquecem, e os caixas; mas isso raramente acontece com artistas criadores. Como se verá, não estou aqui, em nenhum sentido, atacando a lógica: só afirmo que esse perigo está na lógica, não na imaginação. A paternidade artística é tão sadia quanto a paternidade física. Além disso, vale a pena observar que, quando um poeta foi realmente mórbido, o fato geralmente se deu porque ele tinha um ponto fraco de racionalidade no cérebro. Poe, por exemplo, foi realmente mórbido; não porque era poético, mas porque era especialmente analítico. Para ele até o jogo de xadrez era poético demais; ele não gostava de xadrez porque era um jogo cheio de peões e castelos, como um poema. Declaradamente, preferia as casas brancas do jogo de damas, por se parecerem mais com os meros pontos pretos num gráfico.
Talvez o caso mais convincente seja este: apenas um grande poeta inglês enlouqueceu, Cowper. E ele foi definitivamente levado à loucura pela lógica, pela repulsiva e estranha lógica da predestinação. A poesia não foi seu mal, foi seu remédio. A poesia preservou-lhe em parte a saúde. As vezes ele podia esquecer-se do rubro e sequioso interno, para o qual seu hediondo determinismo o arrastava em meio às águas caudalosas e as grandes e achatadas flores aquáticas do rio Ouse. Ele foi condenado por João Calvino; e quase foi salvo por John Gilpin.
Em todas as partes vemos que os homens não enlouquecem sonhando. Os críticos são muito mais loucos que os poetas. Homero c completo e bastante calmo; os críticos é que o rasgam em trapos extravagantes. Shakespeare é exatamente Shakespeare; apenas alguns de seus críticos é que descobriram que ele era alguma outra pessoa. E embora João, o evangelista, tenha visto monstros estranhos em sua visão, ele não viu nenhuma criatura tão louca como um de seus comentadores. O fato geral é simples. A poesia mantém a sanidade porque flutua facilmente num mar infinito; a razão procura atravessar o mar infinito, e assim torná-lo finito. O resultado é a exaustão mental, como a exaustão física do sr. Holbein.
Aceitar tudo é um exercício, entender tudo é uma tensão. O poeta apenas deseja a exaltação e a expansão, um mundo em que ele possa se expandir. O poeta apenas pede para pôr a cabeça nos céus. O lógico é que procura pôr os céus dentro de sua cabeça. E é a cabeça que se estilhaça.
É uma questão menor, mas não irrelevante, o fato de esse contundente erro ser em geral sustentado por outro contundente erro de citação. Todos ouvimos citação do famoso verso de Dryden: "O grande gênio é da loucura aliado íntimo". [3] Mas Dryden não disse que o grande gênio era aliado íntimo da loucura. O próprio Dryden era um grande gênio e tinha uma noção mais exata. Seria difícil achar um homem mais romântico que ele, ou mais sensato. O que Dryden disse foi o seguinte: "Grandes inteligências muitas vezes são aliadas íntimas da loucura", o que é verdade. É a mera presteza do intelecto que corre perigo de colapso.
Também se poderia lembrar de que tipo de homem Dryden estava falando. Falava não de algum visionário lunático como Vaughn ou George Herbert. Falava de um homem cínico do mundo, um cético, um diplomata, um grande político pragmático. Um homem assim é de fato um íntimo aliado da loucura. Os incessantes cálculos de sua mente e da mente de outras pessoas são uma ocupação perigosa. É sempre perigoso para a mente investigar muito outra mente. Uma pessoa irreverente perguntou-me por que dizemos em inglês "as mad as a hatter" (louco como um chapeleiro). Alguém ainda mais irreverente poderia responder que um chapeleiro é louco porque ele tem de medir a cabeça humana.
E se os grandes argumentadores muitas vezes são maníacos, é igualmente verdade que os maníacos são em geral grandes argumentadores. Quando me envolvi numa polêmica com o Clarion sobre a questão do livre-arbítrio, aquele competente escritor, o sr. R. B. Suthers, disse que o livre-arbítrio era uma demência, porque implicava ações sem causa, e as ações de um lunático seriam sem causa. Não me debruço aqui sobre o desastroso lapso de lógica determinista. Obviamente, se alguma ação, mesmo a de um lunático, pode ser sem causa, o determinismo está acabado. Se a cadeia da causação pode ser quebrada em benefício de um lunático, ela pode ser quebrada em benefício de um homem comum. Mas meu propósito é sublinhar algo mais prático. Seria natural, talvez, que um socialista marxista moderno nada soubesse sobre o livre-arbítrio. Mas seria certamente notável que um socialista marxista moderno nada soubesse sobre lunáticos. O sr. Suthers evidentemente não sabe nada sobre lunáticos. A última coisa que se pode dizer de um lunático é que suas ações são sem causa. Se algum ato humano qualquer pode grosso modo ser chamado de sem causa, trata-se de um ato menor de um homem sensato: assobiar andando por aí, golpear o capim com uma bengala, bater os calcanhares no chão ou esfregar as mãos. O homem feliz é que faz coisas inúteis; o homem doente não dispõe de força suficiente para ficar sem fazer nada.
São exatamente essas ações despreocupadas e sem causa que o louco jamais saberia entender; pois o louco (como o determinista) em geral vê causa demais em tudo. O louco veria um significado de conspiração nessas atividades vazias. Ele pensaria que o golpe no capim era um ataque contra a propriedade privada. Pensaria que as batidas dos calcanhares eram um sinal para um cúmplice. Se o louco pudesse, por exemplo, ficar despreocupado, ele ficaria são.
Todos os que tiveram a infelicidade de conversar com gente à beira ou no meio da desordem mental sabem que a qualidade mais sinistra dessa gente é uma clareza enorme de detalhes; a conexão de uma coisa a outra num mapa mais elaborado que um labirinto.
Se você discutir com um louco, é extremamente provável que leve a pior; pois sob muitos aspectos a mente dele se move muito mais rápido por não se atrapalhar com coisas que costumam acompanhar o bom juízo. Ele não é embaraçado pelo senso de humor ou pela caridade, ou pelas tolas certezas da experiência. Ele é muito mais lógico por perder certos afetos da sanidade. De fato, a explicação comum para a insanidade nesse respeito é enganadora. O louco não é um homem que perdeu a razão. O louco é um homem que perdeu tudo exceto a razão.
A explicação oferecida por um louco é sempre exaustiva e muitas vezes, num sentido puramente racional, é satisfatória. Ou, para falar com mais rigor, a explicação insana, se não for conclusiva, é pelo menos incontestável. E o que se pode observar especialmente nos dois ou três tipos mais comuns de loucura. Se um homem disser, por exemplo, que os homens estão conspirando contra ele, você não pode discutir esse ponto, a não ser dizendo que todos os homens negam que são conspiradores; o que é exatamente o que os conspiradores fariam. A explicação dele dá conta dos fatos tanto quanto a sua. Ou se um homem disser que ele é, de direito, o rei da Inglaterra, não é uma resposta completa dizer que as autoridades existentes o chamam de louco; pois, se ele fosse o rei da Inglaterra, essa poderia ser a maneira mais sábia de agir para as autoridades existentes. Ou se um homem disser que ele é Jesus Cristo, não é uma resposta dizer-lhe que o mundo nega a sua divindade; pois o mundo negou a de Cristo.
Apesar de tudo, ele está errado. Mas se tentarmos descrever seu erro em termos exatos, mão acharemos a tarefa tão fácil como havíamos imaginado. Talvez a maneira de nos aproximarmos ao máximo dessa descrição é dizer o seguinte: que a mente dele se move num círculo perfeito, porém reduzido. Um círculo pequeno é exatamente tão infinito quando um círculo grande; mas, embora seja exatamente tão infinito, não é tão grande. Da mesma forma a explicação insana é exatamente tão completa como a do sensato, mas não tão abrangente. Uma bala é exatamente tão redonda como o mundo, mas não é o mundo.
Existe o que chamamos de universalidade reduzida; existe o que chamamos de eternidade pequena e restrita; você pode vê-la em muitas religiões modernas. Agora, falando como quem vê a realidade inteiramente de fora e de modo empírico, podemos dizer que a marca da loucura mais forte e inconfundível é a combinação entre a completude lógica e a concentração espiritual. A teoria do lunático explica muitas coisas, mas não as explica de um modo amplo.
Quero dizer que se você ou eu estivesse lidando com uma mente no processo de tornar-se mórbida, nossa principal preocupação não deveria ser oferecer-lhe argumentos, mas sim ar; convencê-la de que existe algo mais limpo e mais arejado fora do sufoco de um único argumento. Suponhamos, por exemplo, que se tratasse do primeiro caso que tomei como típico; suponhamos que fosse o caso de um homem acusando a todos de conspiração contra ele. Se pudéssemos expressar nossos mais profundos sentimentos de protesto e apelo contra essa obsessão, suponho que deveríamos dizer algo assim: "Certo, admito que você tem seus argumentos e os sabe de cor, e que muitas coisas se encaixam em outras coisas, como diz você. Admito que a sua explicação esclarece muitos fatos; mas quantos outros ficam de fora! Não há no mundo outras histórias além da sua? Todos os homens estão ocupados com a sua ocupação?
"Vamos supor que os detalhes estejam corretos; talvez quando o homem da rua causou-lhe a impressão de não ver você, só o tenha feito por astúcia; talvez quando o policial lhe perguntou seu nome, só o tenha feito porque já o sabia. Mas você se sentiria muito mais feliz se simplesmente soubesse que essas pessoas não lhe deram a menor atenção! Muito mais ampla seria a sua vida se o seu eu pudesse tornar-se menor dentro dela; se você pudesse realmente olhar para os outros homens com uma curiosidade e um prazer comuns; se você pudesse vê-los caminhando tais quais eles são em seu radiante egoísmo e viril indiferença! Você começaria a interessar-se por eles porque eles não estão interessados em você. Você fugiria desse pequeno e espalhafatoso teatro no qual o seu pequeno enredo é continuamente representado, e você iria perceber-se sob um céu mais livre, numa aia cheia de maravilhosos estranhos." Ou suponhamos que se tratasse do segundo caso de loucura, aquele do homem que reivindica a coroa, o seu impulso seria responder: "Tudo bem! Talvez você saiba que é o rei da Inglaterra; mas por que preocupar-se com isso? Faça um magnífico esforço e você será um ser humano e desprezará todos os reis da terra."
Ou poderia tratar-se do terceiro caso, o do louco que chamava a si mesmo de Cristo. Se nós expressássemos o nosso sentimento, deveríamos dizer: "Então você é o Criador e Redentor do mundo: mas como deve ser pequeno esse seu mundo! Que céu reduzido você deve habitar, com anjos do tamanho de borboletas! Como deve ser triste ser Deus; e um Deus incompetente! Será que de fato não existe nenhuma vida mais plena, nenhum amor mais maravilhoso do que o seu? E será que é mesmo na sua pequena e penosa compaixão que toda a humanidade deve depositar sua fé? Muito mais feliz seria você, haveria muito mais de você se o martelo de outro Deus pudesse destruir o seu pequeno cosmos, esparramando as estrelas como lantejoulas, e deixando você no espaço aberto, livre como os outros homens para olhar para cima e também para baixo!".
E é preciso lembrar que a ciência mais genuinamente prática adota essa visão do mal mental; ela não procura discutir com ele como se fosse uma heresia, mas simplesmente quebrá-lo como se fosse um encantamento. Nem a ciência moderna, nem a religião antiga acreditam no pensamento completamente livre. A teologia desaprova certos pensamentos chamando-os de blasfemos. A ciência desaprova certos pensamentos chamando-os de mórbidos. Por exemplo, algumas sociedades religiosas, mais ou menos, estimularam os homens a não pensar em sexo. A nova sociedade científica definitivamente estimula os homens a não pensar na morte; trata-se de um fato, mas é considerado um fato mórbido. E ao lidar com aqueles cuja morbidez tem um toque de mania, a ciência moderna se preocupa muito menos com a lógica pura do que um dervixe dançando.
Nesses casos não é suficiente que o pobre infeliz deseje a verdade; ele precisa desejar a saúde. Nada pode salvá-lo a não ser uma fome cega de normalidade, como a fome de uma fera. Um homem não consegue sair do mal mental só por meio de seu pensamento; pois é exatamente o órgão do pensamento que se tornou doentio, ingovernável e, por assim dizer, independente. Ele só pode ser salvo pela vontade ou a fé. No momento em que a mera razão entra em movimento, ela se move no velho sulco circular; ele dará voltas e mais voltas em seu círculo lógico, exatamente como um homem num vagão de terceira classe do Inner Circle [4] ficará girando à toa nessa linha, a não ser que execute o voluntário, vigoroso e místico ato de descer na Rua Gower.
A decisão nesse caso é tudo; há uma porta que precisa ser fechada para sempre. Todos os remédios são remédios desesperados. Todas as curas são curas milagrosas. Curar um louco não é discutir com um filósofo; é expulsar um demônio. E por mais sóbrio que seja o procedimento de médicos e psicólogos neste assunto, a atitude deles é profundamente intolerante — tão intolerante quanto a de Maria I, a sanguinária. A atitude deles é de fato a seguinte: que o louco deve parar de pensar, se quiser continuar a viver. O conselho deles é a amputação intelectual. Se a sua cabeça o ofende, corte-a; pois é melhor, mão só entrar no reino do céu como uma criança, mas entrar como um imbecil, em vez de, com todo o seu intelecto, ser lançado no inferno — ou no sanatório Hanwell.
Assim é a experiência do louco; ele em geral é um argumentados muitas vezes um argumentador bem-sucedido. Sem dúvida ele poderia ser derrotado no mero raciocínio, e os argumentos contra ele poderiam ser colocados de maneira lógica. Mas podem ser colocados de maneira muito mais precisa em termos mais gerais e até mesmo mais estéticos. O louco está na limpa e bem iluminada prisão de uma idéia só: é afiado num só doloroso ponto. Está desprovido da sadia hesitação e sadia complexidade.
Agora, como expliquei na introdução, estabeleci apresentar nestes primeiros capítulos não tanto um diagrama de uma doutrina, mas alguns quadros de um ponto de vista. E descrevi detalhadamente minha visão do maníaco por este motivo: que exatamente como eu sou afetado pelo maníaco, também sou afetado pela maioria dos pensadores modernos. Aquele inconfundível estado de espírito, ou tom, que ouço provindo de Hanwell hoje em dia, também o ouço provindo da metade das cadeiras de ciência e cátedras de ensino da atualidade; e a maioria dos doutores da loucura são doutores da loucura em mais de um sentido. Todos apresentam exatamente aquela combinação que já observamos: a combinação de um raciocínio expansivo e exaustivo com um reduzido bom senso. São universais apenas no sentido de que tomam uma explicação superficial e a levam muito longe.
Mas o padrão pode estender-se infinitamente e ainda ser um padrão pequeno. Eles vêem um tabuleiro de xadrez como branco sobre preto, e se o universo fosse pavimentado com ele, ainda seria branco sobre preto. Como o lunático, eles não conseguem alterar seu ponto de vista; não conseguem fazer um esforço mental e de repente vê-lo como preto sobre branco.
Tome o primeiro e mais óbvio caso de materialismo. Como uma explicação do mundo, o materialismo tem uma espécie de simplicidade insana. Ele tem exatamente a qualidade do argumento do louco; temos simultaneamente a sensação de que ele cobre tudo e a sensação que deixa tudo de fora. Contemple algum materialista capaz e sincero como, por exemplo, o sr. McCabe, e você terá exatamente essa sensação única. Ele entende tudo, e nada parece digno de entendimento. O cosmos dele é completo em todos os rebites e engrenagens, mas mesmo assim seu cosmos é menor que o nosso mundo. De certo modo o esquema dele, como o lúcido esquema do louco, parece não ter consciência das energias alheias e da grande indiferença da terra; ele não pensa nas realidades da terra, nas pessoas em luta, ou nas mães orgulhosas, ou no primeiro amor, ou no medo no mar. A terra é muito grande, e o cosmos é muito pequeno. O cosmos é praticamente o menor buraco em que um homem pode esconder a cabeça.
É preciso entender que não estou discutindo a relação desses credos com a verdade; mas, no momento presente, apenas a sua relação com a saúde. Mais adiante na discussão espero atacar a questão da verdade objetiva. Aqui falo apenas de um fenômeno de psicologia. Não tento neste momento provara Haeckel que o materialismo é falso, como também não tentei provar ao homem que se julgava Cristo que ele padecia as conseqüência de um erro. Aqui simplesmente comento o fato de os dois casos terem a mesma espécie de completude e a mesma espécie de incompletude.
Pode-se explicar a detenção de um homem em Hanwell por um público indiferente dizendo que é a calcificação de um deus do qual o mundo não é digno. A explicação realmente explica. Da mesma forma, pode-se explicar a ordem do universo dizendo que todas as coisas, mesmo as almas dos homens, são folhas desabrochando de modo inevitável numa árvore absolutamente inconsciente — o destino cego da matéria. A explicação realmente explica, embora não, naturalmente, de uma forma tão completa como a do louco.
Mas o ponto principal aqui é que a mente humana normal não se opõe às duas explicações, mas sente em relação a ambas a mesma objeção. Sua formulação aproximada é que se o homem em Hanwell for o Deus real, esse deus não é grande coisa. E, de modo semelhante, se o cosmos do materialista for o cosmos real, esse cosmos não é grande coisa. A realidade se encolheu. A divindade é menos divina que muitos homens; e (segundo Haeckel) a vida no seu todo é algo muito mais cinza, estreito e trivial do que muitos de seus aspectos. As partes parecem maiores que o todo.
De fato devemos lembrar que, seja verdadeira ou não, a filosofia materialista é com certeza mais limitante do que qualquer religião. Num sentido, naturalmente, todas as idéias inteligentes são estreitas. Não podem ser mais amplas do que elas mesmas. Um cristão só é limitado no mesmo sentido em que um ateu é limitado. Ele não pode pensar que o cristianismo é falso e continuar sendo cristão; e o ateu não pode considerar que o ateísmo é falso e continuar sendo ateu. Mas, na prática, há um sentido muito especial em que o materialismo tem mais restrições que o espiritualismo. O sr. McCabe acha que sou escravo porque não me é permitido acreditar no determinismo. Eu acho que o sr. McCabe é escravo porque não lhe é permitido acreditar em fadas. Mas se examinarmos os dois vetos veremos que o dele é realmente um veto mais puro que o meu. O cristão tem perfeita liberdade para acreditar que existe uma considerável quantidade de ordem estabelecida e desenvolvimento inevitável no universo. Mas ao materialista não é permitido admitir em sua imaculada máquina a menor mancha de espiritualismo ou milagre. Ao coitado do sr. McCabe não é permitido reter nem sequer o menor diabrete, embora este possa estar escondido em algum jardim.
Os cristãos admitem que o universo é complexo e até misturado, exatamente da mesma forma que um homem sadio sabe que é complexo. O homem sadio sabe que nele há um vestígio da fera, um vestígio do demônio, um vestígio do santo, um vestígio do cidadão. Mais que isso, o homem realmente sadio sabe que nele há um vestígio do louco. Mas o mundo do materialista é totalmente simples e sólido, exatamente como o louco tem plena certeza de que ele é sadio. O materialista tem certeza de que a história tem sido simples e unicamente uma cadeia de causação, exatamente como a pessoa interessante mencionada acima tem plena certeza de que é simples e unicamente uma galinha. Os materialistas e os loucos nunca têm dúvidas.
As doutrinas espirituais na verdade não limitam a mente como fazem as negações materialistas. Mesmo acreditando na imortalidade, eu não preciso pensar nela. Mas se a desacredito, nela não devo pensar. No primeiro caso. a estrada está aberta e posso ir adiante até onde quiser; no segundo caso, a estrada está fechada. Mas o argumento é ainda mais forte, e o paralelo com a loucura é ainda mais estranho. Pois o nosso argumento contra a teoria lógica e exaustiva do lunático foi que, certa ou errada, ela aos poucos destruía sua humanidade.
Agora a acusação contra as principais deduções do materialista é que, certas ou erradas, elas aos poucos destroem a sua humanidade. Não estou me referindo apenas à bondade; estou me referindo a esperança, coragem, poesia, iniciativa, tudo o que é humano. Por exemplo, quando o materialismo leva os homens a um fatalismo completo (como em geral acontece), é totalmente inútil fingir que ele, nalgum sentido, é uma força libertadora. E absurdo dizer que se está promovendo especialmente a liberdade quando só se usa o livre-pensar para destruir o livre-arbítrio. Os deterministas vieram para amarrar, não para soltar. Podem muito bem chamar sua lei de "corrente" de causação. É a pior corrente que já prendeu um ser humano.
Se você quiser, pode usar a linguagem da liberdade para falar do ensinamento materialista, mas é óbvio que essa linguagem é exatamente tão inaplicável a esse ensinamento como um todo quanto o é para falar de um homem trancafiado num hospício.Você pode dizer, se quiser, que o homem é livre para considerar-se um ovo cozido. Mas com certeza um fato muito mais sólido e importante é que, se ele for um ovo cozido, não está livre para comer, beber, dormir, caminhar ou fumar um cigarro. De modo semelhante você pode dizer, se quiser, que o corajoso especulador determinista é livre para não acreditar na realidade da vontade. Mas um fato muito mais sólido importante é que ele não está livre para levantar da cama, xingar, agradecer, justificar, instar, punir, resistir a tentações, incitar multidões, tomar resoluções de Ano Novo, perdoar pecadores, censurar tiranos ou até mesmo dizer "obrigado" pela mostarda.
Antes de passar para outro assunto, permito-me observar que existe uma estranha falácia afirmando que o fatalismo materialista de certo modo favorece a misericórdia, a abolição de castigos cruéis ou de qualquer espécie. O chocante é que isso é o oposto da verdade. É perfeitamente defensável dizer que a doutrina da necessidade não estabelece diferença alguma; que ela deixa o espancador espancar e o bom amigo aconselhar como antes. Mas é óbvio que se ela tiver de interromper uma dessas duas atividades, o aconselhamento é que é interrompido. O fato de que os pecados são inevitáveis não impede o castigo; se impede alguma coisa impede a persuasão.
É provável que o determinismo leve à crueldade como certamente levará à covardia. O determinismo não é incompatível com o tratamento cruel dispensado aos criminosos. É (talvez) inconsistente com o tratamento generoso; com qualquer apelo a seus melhores sentimentos ou qualquer encorajamento em sua luta moral. O determinista não acredita em apelos à vontade, mas acredita na mudança de ambiente. Ele não deve dizer ao pecador: "Vá e não peque mais", porque o pecador não pode evitar o pecado. Mas ele pode mergulhar o pecador em óleo fervente, pois esse óleo é um ambiente. Portanto, considerado como uma figura, o materialista tem o fantástico perfil da figura de um louco. Os dois assumem uma posição simultaneamente incontestável e intolerável.
É óbvio que tudo isso não é verdade apenas em relação ao materialista. O mesmo se aplica ao outro extremo da lógica especulativa. Há um cético muito mais terrível do que aquele que acredita que tudo começou na matéria. E possível identificar o cético que acredita que tudo começou nele mesmo. Ele não duvida da existência de anjos e demônios, mas da existência de homens e vacas. Para ele, seus próprios amigos são uma mitologia criada por ele mesmo. Ele criou seu próprio pai e sua própria mãe.
Essa fantasia horrível tem em si algo incontestavelmente atrativo para o egoísmo um tanto místico de nossa época. O editor que pensava que os homens progrediriam se acreditassem em si mesmos, aqueles seguidores do super-homem que estão sempre tentando encontrá-lo no espelho, aqueles escritores que falam em registrar sua personalidade em vez de criar vida para o mundo, apenas alguns centímetros separam toda essa gente desse terrível vazio. Depois, quando este bondoso mundo que nos cerca tiver sido denegrido como uma mentira; quando amigos desaparecerem transformados em fantasmas, e os fundamentos do mundo falharem; depois, quando o homem, não acreditando mais em nada e em ninguém, estiver sozinho em seu pesadelo, então o grande lema individualista será escrito sobre ele em vingadora ironia. As estrelas serão apenas pontos na escuridão de seu cérebro; o rosto de sua mãe será apenas o esboço de seu próprio pincel insano nas paredes de sua cela. Mas sobre sua cela estará escrito, com assustadora verdade: "Ele acredita em si mesmo".
Tudo o que nos interessa aqui, porém, é observar que esse pensamento extremo totalmente egoísta exibe o mesmo paradoxo que exibe outro extremo do materialismo. É igualmente completo em teoria e igualmente mutilado na prática. Em nome da simplicidade, é mais fácil afirmar essa idéia dizendo que o homem pode acreditar que está sempre num sonho. Ora, obviamente não pode haver nenhuma prova positiva de que ele não está num sonho, pela simples razão de que não se pode apresentar nenhuma prova que não se pudesse igualmente apresentar num sonho. Mas se o homem começasse a incendiar Londres e a dizer que a sua governanta logo o acordaria para tomar o café da manhã, nós deveríamos prendê-lo e colocá-lo com outros lógicos naquele lugar ao qual aludimos várias vezes no decorrer deste capítulo. O homem que não consegue acreditar nos seus sentidos, e o homem que não consegue acreditar em nada além de seus sentidos, os dois são insanos, porém, a insanidade deles não é provada por algum erro na sua argumentação, mas pelo erro evidente de sua vida. Os dois se trancaram em duas caixas, em cujo interior estão pintados o sol e as estrelas; os dois estão incapacitados de sair, um para entrar na saúde e felicidade do céu; o outro nem sequer para entrar na saúde e felicidade da terra. A posição deles é bastante razoável; mais que isso, num sentido é infinitamente razoável, exatamente como uma moeda de dez centavos é infinitamente circular. Mas existe isso que conhecemos como uma infinidade mesquinha, uma eternidade vil e escrava.
E engraçado notar que muitos dentre os modernos, céticos ou místicos, tomaram como seu distintivo um certo símbolo oriental, que é exatamente o símbolo dessa nulidade extrema. Quando querem representar a eternidade, eles a representam usando uma serpente com seu rabo na boca. Há um chocante sarcasmo na imagem dessa refeição nada agradável. A eternidade dos fatalistas do materialismo, a eternidade dos pessimistas orientais, a eternidade dos arrogantes teosofistas e cientistas mais altos de hoje está. de fato, muito bem representada pela serpente comendo o próprio rabo, um animal aviltado que destrói até a si mesmo.
Este capítulo é puramente prático e diz respeito àquilo que constitui a marca e o elemento principal da insanidade; podemos dizer, em resumo, que é a razão usada sem raízes, a razão no vazio. O homem que começa a pensar sem os apropriados primeiros princípios fica louco; começa a pensar do lado errado. Nas páginas restantes deste livro devemos tentar descobrir qual é o lado certo. Mas, se isso é o que leva os homens à loucura, podemos perguntar, para concluir, o que é que os mantém sadios.
No final do livro espero dar uma resposta definitiva, que alguns vão achar definitiva demais. Mas por enquanto é possível da mesma maneira unicamente prática dar uma resposta geral sobre o que na história da humanidade concreta mantém a sanidade humana. Enquanto se tem um mistério se tem saúde; quando se destrói o mistério se cria a morbidez. O homem comum sempre foi sadio porque o homem comum sempre foi um místico. Ele aceitou a penumbra. Ele sempre teve um pé na terra e outro num país encantado. Ele sempre se manteve livre para duvidar de seus deuses; mas, ao contrário do agnóstico de hoje, livre também para acreditar neles. Ele sempre cuidou mais da verdade do que da coerência. Se via duas verdades que pareciam contradizer-se, ele tomava as duas juntamente com a contradição. Sua visão espiritual é estereoscópica, como a visão física: ele vê duas imagens simultâneas diferentes e, contudo, enxerga muito melhor por isso mesmo.
Assim, ele sempre acreditou que existia isso que se chama de destino, mas também isso que se chama de livre-arbítrio. Assim, ele acreditava que as crianças eram de fato o reino do céu, mas, apesar disso, deviam obedecer ao reino da terra. Ele admirava a juventude por ela ser jovem e a velhice por não o ser. E exatamente esse equilíbrio de aparentes contradições que tem sido a causa de toda a vivacidade do homem sadio. Todo o segredo do misticismo é este: que o homem pode compreender tudo com a ajuda daquilo que não compreende. O lógico mórbido procura tornar tudo lúcido e consegue tornar tudo misterioso. O místico permite que uma coisa seja mística, e todo o resto se torna lúcido. O determinista torna a teoria da causação totalmente clara, e depois descobre que não pode dizer "por
favor" à empregada. O cristão permite que o livre-arbítrio continue sendo um mistério sagrado; mas, por causa disso, sua relação com a empregada assume uma claridade cintilante e cristalina. Ele coloca a semente do dogma numa escuridão central; mas o dogma se ramifica em todas as direções com abundante saúde natural. Sendo que tomamos o círculo como o símbolo da razão e da loucura, podemos muito bem tomar a cruz como o símbolo ao mesmo tempo do mistério e da saúde.
O budismo é centrípeto, mas o cristianismo é centrífugo: ele se propaga. Pois o círculo é perfeito e infinito em sua natureza; mas é fixo para sempre em seu tamanho; ele nunca pode ser maior ou menor. Mas a cruz, embora tendo no seu centro uma colisão e contradição, pode estender seus quatro braços eternamente sem alterar sua forma. Por ter um paradoxo no seu centro ela pode crescer sem mudar. O círculo retorna sobre si mesmo e está encarcerado. A cruz abre seus braços aos quatro ventos; é o poste de sinalização dos viajantes livres.
Somente os símbolos têm valor, embora obnubilado, quando se fala dessa questão profunda. E outro símbolo da natureza física expressa bastante bem o lugar real do misticismo perante a humanidade. A única coisa criada para a qual não podemos olhar é a única coisa em cuja luz olhamos para tudo. (Como o sol ao meio-dia, o misticismo explica todas as outras coisas por meio da luz ofuscante de sua vitoriosa invisibilidade.) O intelectualismo independente é (no sentido exato da frase popular) só brilho de lua; pois é luz sem calor, e é luz secundária, refletida por um mundo morto. Mas os gregos estavam certos quando fizeram de Apolo o deus tanto da imaginação quanto da sanidade; pois ele era ao mesmo tempo o patrono da poesia e o patrono da cura.
De dogmas necessários e de uma crença especial falarei adiante. Mas aquele transcendentalismo pelo qual todos os homens vivem ocupa primeiramente a posição semelhante à do sol no céu. Temos consciência dele como uma espécie de esplêndida confusão; é algo brilhante e informe, ao mesmo tempo fulgor e borrão. Mas o círculo da lua é tão claro e inconfundível, tão recorrente e inevitável, como o círculo de Euclides sobre um quadro-negro. Pois a lua é absolutamente razoável; e a lua é a mãe dos lunáticos: ela deu a todos eles o seu nome.
As expressões da rua não são apenas convincentes, são também sutis: pois uma figura de linguagem pode muitas vezes penetrar numa fenda pequena demais para uma definição. Expressões como "put out" (apagado) ou "off colour" (pálido, sem cor) poderiam ter sido cunhadas pelo sr. Henry James num supremo esforço de precisão verbal. E não há verdade mais sutil do que a expressão do dia-a-dia referindo-se a alguém que tem "o coração no lugar certo". Ela envolve a ideia de proporção normal; não apenas existe determinada função, mas ela também está corretamente relacionada às outras funções.
De fato, a negação dessa frase descreveria com peculiar precisão a compaixão um tanto mórbida e a ternura perversa dos modernos mais representativos. Se, por exemplo, eu tivesse de descrever com justiça o caráter do sr. Bernard Shaw, não poderia expressar-me com mais exatidão do que dizendo que ele tem um coração heroicamente grande e generoso; mas não um coração no lugar certo. E isso vale para a sociedade típica de nosso tempo.
O mundo moderno não é mau. Sob alguns aspectos, o mundo moderno é bom demais. Está cheio de virtudes insensatas e desperdiçadas. Quando um sistema religioso é estilhaçado (como foi estilhaçado o cristianismo na Reforma), não são apenas os vícios que são liberados. Os vícios são, de fato, liberados, e eles circulam e causam dano. Mas as virtudes também são liberadas; e as virtudes circulam muito mais loucamente, e elas causam um dano mais terrível. O mundo moderno está cheio de velhas virtudes cristãs enlouquecidas. As virtudes enlouqueceram porque foram isoladas uma da outra e estão circulando sozinhas.
Assim alguns cientistas se preocupam com a verdade, e a verdade deles é impiedosa. Assim alguns humanitários se preocupam apenas com a piedade, e a piedade deles (lamento dizê-lo) é muitas vezes falsa. Por exemplo, o sr. Blatchford ataca o cristianismo porque ele está louco e se fixa numa única virtude cristã: a meramente mística e quase irracional virtude da caridade. Ele tem a estranha idéia de que tornará mais fácil o perdão dos pecados dizendo que não há pecados a perdoar. O sr. Blatchford não é apenas um cristão primitivo, ele é o único cristão primitivo que deveria ter sido devorado pelos leões. Pois no seu caso a acusação pagã é realmente verdadeira: a sua misericórdia significaria mera anarquia. Ele é realmente o inimigo da raça humana — por ser tão humano.
No outro extremo, podemos tomar o azedo realista, que deliberadamente matou dentro de si todos os prazeres humanos obtidos com histórias felizes ou com a cura do coração. Torquemada torturava as pessoas fisicamente em prol da verdade moral. Zola torturava as pessoas moralmente em prol da verdade física. Mas na época de Torquemada pelo menos havia um sistema que podia, até certo ponto, fazer que a justiça e a paz se beijassem. Agora elas nem sequer se cumprimentam. Mas um caso muito mais contundente do que o dessa dupla da verdade e piedade pode ser identificado no caso excepcional do deslocamento da humildade.
E apenas em um único aspecto da humildade que estamos interessados aqui. A humildade foi em grande parte entendida como uma restrição imposta à arrogância e à infinidade do apetite do ser humano. Ele sempre estava superando a sua misericórdia com a invenção de novas necessidades. O seu próprio poder de desfrute destruiu metade de suas alegrias. Buscando o prazer, o ser humano perdeu o prazer principal; pois o prazer principal é a surpresa. Por isso ficou evidente que se alguém quisesse ampliar seu mundo, precisaria estar sempre diminuindo a si mesmo.
Mesmo visões altivas, cidades altaneiras e pináculos vacilantes são criações da humildade. Os gigantes que pisam florestas como se pisassem relva são criações da humildade. Torres que desaparecem nas alturas acima da estrela mais solitária são criações da humildade. Pois nenhuma torre é altaneira se não olharmos para elas nas alturas; e nenhum gigante é gigante se não for maior do que nós. Todavia, toda essa gigantesca imaginação, que talvez seja o mais poderoso prazer do ser humano, é no fundo inteiramente humilde. E impossível, sem a humildade, desfrutar qualquer coisa que seja — mesmo o orgulho.
Mas o mal de que sofremos hoje em dia é a humildade no lugar errado. A modéstia deslocou-se do órgão da ambição.
A modéstia se fixou no órgão da convicção, onde ela nunca deveria estar. O homem foi concebido para duvidar de si mesmo, mas não duvidar da verdade, e isso foi exatamente invertido. Hoje em dia a parte humana que o homem afirma é exatamente a parte que não deveria afirmar. A parte de que ele duvida é exatamente a parte de que não deveria duvidar — a razão divina. Huxley pregou um conteúdo de humildade ensinado pela natureza. Mas o novo cético é tão humilde que duvida até de sua capacidade de aprender. Assim, estaríamos errados se precipitadamente disséssemos que não há nenhuma humildade típica de nossa época. A verdade é que há uma humildade real típica de nossa época; mas acontece que praticamente se trata de uma humildade mais venenosa do que as mais loucas prostrações do asceta. A antiga humildade era uma espora que não deixava o homem parar; não um prego na bota que o impedia de ir em frente. Pois a antiga humildade fazia o homem duvidar de seus esforços, o que possivelmente o levava a trabalhar com mais afinco. Mas a nova humildade faz o homem duvidar de seus objetivos, e isso o fará parar de trabalhar pura e simplesmente.
Em qualquer esquina podemos encontrar alguém que profere a desvairada e blasfema afirmação de que ele pode estar errado. E claro que a sua visão deve ser a certa, ou então não é a sua visão. Todos os dias encontra-se alguém dizendo que, obviamente, o seu ponto de vista pode não ser o certo. Estamos em vias de produzir uma raça de homens mentalmente modestos demais para acreditar na tabuada. Corremos o risco de ver filósofos que duvidam da lei da gravidade como se ela fosse uma simples fantasia pessoal. Os zombadores de antigamente eram demasiado orgulhosos para serem convencidos; mas os de hoje são demasiado humildes para serem convencidos. Os pacíficos herdarão a terra; mas os ascetas modernos são pacíficos demais até mesmo para reivindicar a sua herança. E exata-mente esse desamparo intelectual que constitui o nosso segundo problema.
O capítulo anterior ocupou-se apenas de um fato observado: o de que se o homem incorre em algum risco de morbidez, esse risco deriva mais de sua razão do que de sua imaginação. Não se pretendeu atacar a autoridade da razão; em vez disso, o objetivo final é defendê-la. Pois ela precisa de defesa. Todo o mundo moderno está em guerra contra a razão; e a torre já oscila.
Com freqüência se diz que os sábios não conseguem ver nenhuma resposta para o enigma da religião. Mas o problema dos nossos sábios não é que eles não consigam ver a resposta; é que eles não conseguem sequer ver o enigma. Como crianças, eles são tão obtusos que nada notam de paradoxal na jocosa afirmação de que uma porta não é uma porta. Os latitudinaristas modernos falam, por exemplo, acerca da autoridade na religião não apenas como se não houvesse nenhuma razão nela, mas como se nunca houvesse existido razão alguma para essa autoridade. Não vendo a base filosófica da religião, eles não conseguem ver sua causa histórica.
A autoridade religiosa sem dúvida foi muitas vezes opressora e exorbitante, exatamente como todos os sistemas legais (e especialmente o nosso sistema atual) têm sido insensíveis e cruelmente apáticos. E racional atacar a polícia. Mais que isso, é maravilhoso. Mas os críticos modernos da autoridade religiosa são como homens que atacariam a polícia sem jamais ter ouvido falar de ladrões. Pois a mente humana corre um grande perigo concreto: um perigo tão prático como o latrocínio. Contra esse perigo a autoridade religiosa foi erigida, certo ou errado, como uma barreira. E contra ele algo certamente deve ser erguido como uma barreira, se quisermos evitar a destruição de nossa raça.
O perigo é que o intelecto humano é livre para destruir-se. Da mesma forma que uma geração poderia impedir a própria existência da geração seguinte com todo o mundo entrando no convento ou pulando no mar, assim um grupo de pensadores pode, até certo ponto, impedir a expansão do pensamento ensinando à geração seguinte que nenhum pensamento humano tem validade alguma. É inútil falar sempre da alternativa de razão e fé. A própria razão é uma questão de fé. E um ato de fé afirmar que nossos pensamentos têm alguma relação com a realidade por mínima que seja.
Se você for simplesmente um cético, mais cedo ou mais tarde precisará perguntar-se o seguinte: "Por que alguma coisa deveria dar certo, mesmo que se trate de observação ou dedução? Por que a boa lógica não seria tão enganadora quanto a lógica ruim? Ambas são movimentos no cérebro de um macaco perplexo". O jovem cético diz: "Eu tenho direito de pensar por mim mesmo". Mas o velho cético, o cético total, diz: "Eu não tenho direito de pensar por mim mesmo. Não tenho absolutamente direito de pensar".
Há um pensamento que bloqueia o pensamento. Esse é o único pensamento que deveria ser bloqueado. E o mal supremo contra o qual toda autoridade religiosa se voltou. Ele só aparece no final de épocas decadentes como a nossa; e o sr. H. G. Wells já desfraldou a sua desastrosa bandeira. Ele escreveu uma delicada obra de ceticismo intitulada "Doubts of the Instrument" [Dúvidas do instrumento]. Nela questiona o próprio cérebro, e se esforça para eliminar toda a realidade de todas as suas afirmações pessoais, passadas, presentes e por vir. Mas foi contra essa remota destruição que todos os sistemas militares da religião foram originariamente enfileirados e comandados.
Os credos e as cruzadas, as hierarquias e as horríveis perseguições não foram organizados, como dizem os ignorantes, para suprimir a razão. Foram organizados para a difícil defesa da razão. O homem, por instinto cego, sabia que, se uma única vez as coisas fossem loucamente questionadas, a razão poderia ser questionada primeiro. A autoridade dos sacerdotes para absolver, a autoridade dos papas para definir a autoridade, e até mesmo a autoridade dos inquisidores para aterrorizar: essas são todas sombrias defesas erigidas em volta de uma autoridade central, mais indemonstrável, mais sobrenatural de todas — a autoridade do homem de pensar.
Sabemos agora que isso é assim mesmo; não temos desculpa para não sabê-lo. Pois podemos ouvir o ceticismo invadir violentamente o antigo espaço das autoridades, e ao mesmo tempo podemos ver a razão oscilando em seu trono. Na medida em que a religião já desapareceu, a razão vai desaparecendo. Pois ambas têm a mesma natureza primária e autoritária. Ambas são métodos de comprovação que não podem elas mesmas ser comprovadas. E no ato de destruir a idéia da autoridade divina nós já destruímos em boa parte a idéia daquela autoridade humana pela qual efetuamos uma longa conta de dividir. Com um puxão demorado e constante, tentamos tirar a mitra da cabeça do pontífice; e a cabeça dele veio junto com a mitra.
Para que isto não receba o rótulo de afirmação desconexa, talvez seja desejável, embora tedioso, repassar rapidamente as principais correntes modernas de pensamento que exercem esse efeito de bloquear o pensar em si. O materialismo e a visão de que tudo é uma ilusão pessoal produzem um pouco esse efeito; pois se a mente é mecânica, o pensamento não pode ser muito estimulante, e se o cosmos é irreal, não há nada sobre o que pensar. Mas nesses casos o efeito é indireto e duvidoso. Em alguns casos ele é direto e claro; notadamente no caso do que geralmente se denomina evolução.
A evolução é um bom exemplo daquela inteligência moderna que destrói a si mesma, se é que destrói alguma coisa. A evolução ou é uma descrição científica inocente de como certas coisas terrenas aconteceram; ou então, se for algo mais que isso, é um ataque contra o próprio pensamento. Se há uma coisa que a evolução destrói, essa coisa não é a religião, mas sim o racionalismo. Se evolução simplesmente significa que algo positivo chamado macaco transformou-se lentamente em algo positivo chamado homem, então ela é inofensiva para o mais ortodoxo; pois um Deus pessoal poderia muito bem criar coisas de modo lento ou rápido, especialmente se, como no caso do Deus cristão, ele estivesse situado fora do tempo.
Mas se evolução significa algo mais que isso, então quer dizer que não existe algo como o macaco para mudar, e não existe algo como o homem no qual ele possa se transformar. Significa que não existe algo como uma coisa. Na melhor das hipóteses, só existe uma coisa, que é um fluxo de tudo e qualquer coisa. Isso constitui um ataque não contra a fé, mas contra a mente humana; você não pode pensar se não existem coisas sobre as quais pensar. Você não pode pensar se não está separado do assunto do pensamento. Descartes disse: "Penso; logo, existo". O filósofo evolucionista inverte e negativiza o epigrama e diz: "Não existo; portanto, não posso pensar".
Há depois o ataque oposto contra o pensamento: aquele frisado pelo sr. H. G. Wells quando ele insiste que todas
as coisas separadas são "únicas", e não há em absoluto categorias. Isso também é meramente destrutivo. Pensar significa conectar coisas, e o pensar é bloqueado se elas não puderem ser conectadas. Nem é preciso dizer que esse ceticismo que impede o pensamento necessariamente impede a fala; ninguém pode abrir a boca sem contradizê-lo. Assim, quando o sr. Wells diz (como o fez nalgum lugar) que "Todas as cadeiras são completamente diferentes", ele não profere apenas uma afirmação falsa, mas uma contradição em termos. Se todas as cadeiras fossem completamente diferentes, você não poderia chamá-las de "todas as cadeiras". Semelhante a essas correntes de pensamento é a falsa teoria do progresso, que sustenta que alteramos o teste em vez de tentar passar nele. Muitas vezes, por exemplo, ouvimos dizer: "O que é certo numa época é errado noutra". Isso é bastante razoável, se significa que há um objetivo fixo, e certos métodos são bons em certas épocas e não em outras. Se, digamos, as mulheres desejam ser elegantes, pode ser que elas numa certa época melhorem tornando-se mais gordas e numa outra tornando-se mais magras. Mas não se pode dizer que elas melhorem deixando de desejar ser elegantes e começando a desejar ser oblongas. Se o padrão muda, como pode haver melhora, o que pressupõe um padrão?
Nietzsche começou essa idéia absurda de que os homens buscaram como bem o que agora chamamos de mal. Se fosse assim, não poderíamos falar em ir além ou até mesmo em ficar aquém do bem e do mal. Como você pode ultrapassar o Silva se você estiver caminhando na direção contrária? Você não pode discutir se um povo obteve mais êxito em sentir-se infeliz do que outro em sentir-se feliz. Seria como discutir se Milton era mais puritano do que um porco é gordo.
É verdade que alguém (alguém tonto) poderia fazer da mudança em si seu objetivo ou ideal. Mas, como um ideal, a mudança em si se torna imutável. Se o adorador da mudança deseja estimar o seu próprio progresso, ele precisa ser rigorosamente leal ao ideal da mudança; não pode começar a cortejar levianamente o ideal da monotonia. O progresso em si não pode progredir. Vale a pena observar, de passagem, que quando Tennyson, de um modo aloucado e bastante fraco, acolheu a ideia da infinita alteração na sociedade, instintivamente usou uma metáfora que
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Presidente de honra da ieaderp
Antonio Silva Santana nasceu em 1932 na cidade de Baixa da Palmeira (BA). Iniciou seus trabalhos na obra do Senhor Jesus ainda jovem, foi separado para o santo ministério em 1970 e auxiliou diversos pastores, até ser convocado a assumir a Assembléia de Deus na cidade de Franca (SP). Anos depois, foi convocado para presidir a IEADERP. Em 1994, iniciou o trabalho de construção de um grande templo, localizado na Via Norte. Em 2014 ele completará 30 anos de ministério. O evento de ação de graças aconteceu nos dias 11 e 12 de Janeiro de 2014 - no Grande Templo da IEADERP.
Para contato com o pastor presidente o email: comunicacoes.ieaderp@gmail.com ou pelo telefone 16 3636-9591 (Ribeirão Preto).
Pastor Antonio Silva Santana e irmã Lourdes Santana
Pastor Presidente.Jairo Santana
Palavra do Pastor Presidente ESTAMOS NA HORA FINAL.
A hora do esforço maior!
O Apóstolo João adverte: “Filhinhos já é a ultima hora”( I João 2 : 18)
O gelo da incredulidade tem apagado a chama de muitos corações.
Para nós é a última hora, por isso inimigo de nossas almas tem aumentado a sua semeadura, obscurecendo a obra de Deus e arrancando os últimos grãos de mostarda dos corações fiéis. Através de sutilezas, ele desvia a atenção dos crentes para o materialismo e destrói o vinculo da perfeição que procede do verdadeiro temor de Deus – principio de toda a sabedoria (Pv. 9:10). Tomemos uma decisão agora, antes que seja tarde demais, não basta termos uma visão das necessidades espirituais do mundo e continuarmos de braços cruzados, apenas sentir-se superficialmente comovido, o que nada resolve. É necessário que nos levantar, entrar em ação e fazer alguma coisa.
Paulo, o grande missionário, quando teve a visão do moço da Macedônia, não se esquivou, nem apresentou desculpas, mas deixou tudo e imediatamente partiu. Que o mesmo aconteça conosco! Que os nossos olhos contemplem os milhões sentados em densas trevas, esperando por alguém, por uma mão estendida para conduzi-los a Cristo, pois se aproxima o grande dia da volta do Senhor Jesus e muita coisa ainda há para ser feita. Precisamos reconhecer que ainda há muito que se fazer em prol da evangelização. O Mundo é um campo vastíssimo, muitas igrejas estão perdendo o seu vigor espiritual se envolvendo no luxo, na política; num evangelho social. Oremos irmãos, para que um verdadeiro avivamento venha abrasar os corações, assim teremos certeza que haverá semeadores em número suficiente para esta hora final.
Resta-nos pouco tempo.
Cristo convoca a todos os crentes – fiéis soldados para a obra do esforço maior. Entremos em ação, pois uma responsabilidade sem limites recai sobre os ombros dos legítimos servos de Deus.
“Livra os que estão sendo levados para a morte e salva os que já estão cambaleantes” Prov. 24: 11.
Nós somos os legítimos responsáveis por esta geração. Qual será a nossa atitude? Permaneceremos surdos ao gemido de milhões ao nosso redor que clamam por salvação?
Façamos nossas as palavras do Apostolo Paulo: “Porque se anuncio o Evangelho não tenho de que me envergonhar, pois me é imposta essa obrigação e ai de mim se não pregar o Evangelho” (ICo. 9:16). Urge uma ação total e poderosa da Igreja do Senhor no Brasil para a evangelização de todos as gentes. Os trigais estão maduros.
Que assim Deus nos ajude! Amém.
Pastor.Jairo Santana
Presidente da Igreja Evangelica Assembléia de Deus Missão Ministerio de Ribeirão Preto s/p
IEADERP
Poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos
os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
A alguns deles não procuro, basta saber que eles existem. Esta mera condição
me encoraja a seguir em frente pela vida...mas é delicioso que eu saiba
e sinta que eu os adoro, embora não declare e os procure sempre...
Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu Seu filho unigênito,
para que todo aquele que nee crê não pereça, mas tenha a vida eterna.Jo 3.16,
Os Fundadores das Assembleia de Deus No Brasil os Misionário Suecos Daniel Berg e Gunnar vingren
ESTA ERA A PREGAÇÃO DOS MISSIONÁRIOS ,Jesus Salva, cura, batiza com o Espírito Santo e em breve voltará!
"Quando Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a Belém do Pará, em 19 de novembro de 1910, ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um movimento que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do Brasil por meio da pregação de Jesus Cristo como o único e suficiente Salvador da Humanidade e a atualidade do Batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais.
Em 18 de junho de 1911, os missionários suecos e mais dezenove irmãos, oriundos da Igreja Batista de Belém, fundaram a Missão de Fé Apostólica, que mais tarde, em 1918, ficou conhecida como Assembléia de Deus".
“No dia 5 de novembro de 1910, os missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren deixaram Nova Yorque abordo do navio "CleMent" com destino à Belém do Pará. No início do século XX, apesar da presença de imigrantes alemães e suíços de origem protestante e do valoroso trabalho de missionários de igrejas evangélicas tradicionais, nosso país era quase que totalmente católico [...] Disso tudo surgiu a necessidade de que o trabalho fosse organizado como igreja, o que se deu a 18 de junho de 1911, quando por deliberação unânime, foi fundada a Assembléia de Deus no Brasil, tendo em Daniel Berg e Gunnar Vingren os primeiros orientadores [...] Em 11 de Janeiro de 1918 a denominação foi registrada oficialmente como pessoa jurídica. Com o nome de Assembléia de Deus.”
em 6 de Março de 1946 nasce o primero circulo de oração na casa de irmã Albertina no Recife .
Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.
2 Coríntios 5:17
VOCÊ AINDA PODE ESCOLHER, CEU OU INFERNO?EXISTEM DUAS PORTAS,UMA DELAS ENTRAREMOS
SEREMOS BEM RECEPCIONADOS,POREM A OUTRA SEREMOS EMPURRADOS E OBRIGADO A ENTRAR...
VEJA BEM,DUAS PORTAS E UMA SÓ ESCOLHA...E VC JÁ FEZ A SUA ???????
A HISTÓRIA DE LÚCIFER
Reflexição
Amigo é aquela pessoa com quem conversamos sem reservas,
independente da hora ele sabe oferecer o aconchego do seu coração sem pedir nada em troca, e quando ele precisa sabe que pode fazer o mesmo sem objeção, não importa o tempo que estejam distante fisicamente, amizade é irmã do amor e não tem cara, tem reciprocidade, afetividade, respeito, carinho, confiança e alegria.
Amigo é aquela pessoa que nos diz o que acha ser correto, mesmo não sendo o que gostaríamos de escutar, más sabe respeitar a decisão do outro sem censuras.
Amigo nos avisa do perigo quando não conseguimos enxergar, sem contrapor nas decisões tomadas.
Amigo sabe dar e receber o ombro amigo sem pré-requisitos, ele sabe ouvir, tanto quanto escutar...
Amigo naturalmente se comporta com aceitação mil e ameaça zero.
Não existe escola para formação de amigos,
eles por si já nascem aptos, por isto não impomos regras dentro de uma amizade,
elas se compatibilizam....
BANCO DE ORAÇÃO! Havia um certo homem na Bíblia que comoveu o coração do SENHOR. Este homem foi Jabez e foi recompensado pelo PODER DA ORAÇÃO. [Óh Senhor que me abenções] [Que alargues as minhas fronteiras] [Que seja comigo à tua mão] [E me preserves do mal] [De modo que não me...
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Deus está abrindo uma porta diante de você. Porta aberta é sinal de boas-vindas, de cordialidade e de que você é aguardado. Jesus tem as chaves Assim diz o Senhor eu abro as portas conforme o Meu querer E as fecho também, Ninguém vai fechar o que Eu abrir, Ninguém vai abrir o que Eu...
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Eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia. 2º Timóteo 1:12 'Eu, espero com alegria a volta de meu Jesus para me levar com ele ir morar no céu de Luz pois ele me prometeu lá no céu um galardão ali terei um novo nome e gozarei...
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???O QUE É MISSÕES??? MISSÕES É ARTE DE AMAR. AMAR como JESUS amou. ARTE de se ENTREGAR, SE ENTREGAR COMO JESUS SE ENTREGOU. MISSÕES É ENTRAR EM GUERRA pra FALAR DE PAZ. É CHORAR PRA TRAZER ALEGRIA, É MORRER PARA TRAZER A VIDA. É DEIXAR MARCAS POR ONDE PASSAR, É MUDAR A HISTÓRIA DO MUNDO... É...
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Pois, misericórdia quero, e não sacrifício.” (Os 6.6). Olhar para o outro e chorar com ele, entender seus valores, compreender sua dor, respeitar suas decisões por mais estranhas que pareçam... Caminhar uma milha, carregar no colo quando necessário, ouvir seus lamentos, silenciar...
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